Aquela linha usa ERTMS nivel 1, mas aquela zona onde foi o acidente é exatamente no ponto onde se junta a linha de alta velocidade com a via convencional, e aí o sistema é o ASFA equivalente ao CONVEL Português e ATS Britânico. No entanto o sistema ASFA faz parar automaticamente um comboio que passe um sinal vermelho, mas não sei se faz parar um que passe do limite de velocidade, supostamente quando se passa de linha de AV para uma convencional ou ao entrar numa zona urbana tem que haver uma desaceleração gradual num espaço de 1500-2000 metros, sendo que neste caso deveria ter abrandado dos 200km/h para 140km/h aprox. 1500metros antes de entrar na via convencional e abrandar dos 140 para os 80 750m antes para quando já chegar à curva ir a 80. O ERTMS à partida envia um sinal sonoro para a cabine a avisar do novo limite para o maquinista começar a abrandar, se ele passou ali a 190km/h devia ter apanhado pelo menos 2 balizas atrás quando ia a 200, e em nenhuma delas ele abrandou. Já anda tudo a culpar o maquinista, mas na BBC está um artigo a dizer que ele comunicou em pânico com o controlo de tráfego da RENFE a avisar que ia a 190 km/h e o comboio não abrandava e que ia descarrilar na tal curva, mas isso não está confirmado. Sinceramente acho que este situação se deveu a um conjunto de factores, iam 2 maquinistas na cabine, eles conhecem o troço e aquela curva em especial que já foi alvo de criticas, há 3 possíveis situações: 1ª o maquinista confirmou os alertas na cabine para diminuir a velocidade, e depois distraiu-se assumindo que ainda estaria na via de AV; 2ª o ERTMS indicou uma velocidade errada na cabine (Não existem sinais físicos de limite de velocidade nas linhas de AV, aparece tudo na cabine) ou então o maquinista em vez de ler "80", leu "180", basta o display ter alguma sujidade. 3ª Algum dos sistemas de travagem falhou (acho pouco provável, mas já aconteceu em França).
Para agravar o acidente, as carruagens Talgo são extremamente leves, boas para AV pelo centro de gravidade baixo, mas são bastante frágeis, daí 3 terem voado para o talude paralelo. As catenárias tb são um problema porque os cabos caem e se entram em contacto com as carruagens podem eletrocutar toda a gente lá dentro através do arco elétrico umas vez que são 25.000V.
A composição em causa é um Talgo série 730 híbrido que pode ser alimentado via catenária ou motor diesel nos troços não eletrificados, daí trazer aquela carruagem extra (que foi a primeira a descarrilar como se vê no video) atrás de cada locomotiva que acomoda os motores diesel, e a de trás incendiou-se porque devia estar carregada de diesel e provavelmente os cabos da catenária entraram em contacto com o depósito.
Tem sido um mês negro para o transporte ferroviário, primeiro Canadá, depois França e agora este, se eu pensava que o de França era mau, este é uma autentica tragédia, dassssss.
penso que sim, para mesmo porque maior parte dos sinais luminosos tem um ecra por baixo, que mostra a posição do acelerador que deves levar, agora não sei se é tempo ou distancia que tens até começar o processo de imobilização do comboio, passado o limite..