A Porto-Gaia, fundação criada em 1999 para construir e gerir o centro de estágios do Futebol Clube do Porto, é uma das que pode ser extinta por ter tido uma das piores avaliações no censo efectuado pelo Governo. 84,4% das suas receitas provêm de dinheiros públicos.
A fundação obteve uma classificação de 26,1 (numa escala de 0 a 100) na avaliação que o Governo conduziu e que se integra no censo que analisou todas as fundações nacionais. Excluindo as fundações privadas – que não podem ser extintas – e as fundações ligadas a instituições de ensino superior – que não serão previsivelmente extintas, a PortoGaia é a 10ª fundação com pior nota. Recorde-se que são 67 as fundações que chumbam no teste do Governo, tal como o Negócios noticia esta sexta-feira.
A nota atribuída pelo Governo é um importante indicador das fundações que vão ou não ser mantidas. O Governo vai encerrar e reduzir o financiamento a 130 destas entidades. A classificação de cada uma será, pois, um importante critério a ter em conta, e a PortoGaia está numa das piores posições.
Além disso, esta é uma entidade muito dependente do financiamento público: 84,4% das suas receitas depende dos apoios públicos que recebe, e este será outro critério de sustentabilidade que o Governo vai ter em conta. Entre 2008 e 2010, a empresa recebeu 4,234 milhões de euros em apoios financeiros públicos.
A PortoGaia é uma entidade pública de direito privado, que, quando foi constituída, era detida maioritariamente pelo FC Porto, com uma quota de 51% (de acordo com os critérios do Governo, teria de ser uma fundação público-privada para o clube poder ter a maioria). A Câmara de Gaia, a Águas de Gaia e as freguesias de Crestuma e Olival, onde se localiza o Centro de Estágios, são outros dos sócios iniciais da entidade. Em 2010, o respectivo património, de 2,235 milhões de euros, mantinha-se exactamente igual ao que existia na criação da entidade, em 1999.
Um processo envolvido em polémica desde o início
O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, assegurou a construção do centro de estágios dos “dragões” numa altura em que os azuis-e-brancos procuravam construir um centro de treinos fixo nas redondezas do Porto. Candidataram-se Gaia, Maia e Santa Maria da Feira, mas a preferência de Pinto da Costa recaiu sobre a cidade da margem sul do Douro.
Notícias da época recordam que, só em terrenos, a Câmara de Gaia pagou 1,5 milhões de euros. A fundação PortoGaia foi constituída em Maio de 1999 e o centro de estágios inaugurado a 5 de Agosto de 2002, começando a ser utilizado pelos actuais campeões nacionais alguns dias depois, a 12 de Agosto.
Em 2004, uma reportagem da revista Visão citava um relatório da Inspecção-Geral de Finanças que, numa fiscalização à Câmara de Gaia, que concluía que a autarquia pagou a totalidade dos custos do centro de treinos: 16 milhões de euros. O FC Porto teria assegurado o direito de superfície dos terrenos por 50 anos e apenas paga uma renda mensal de 500 euros pelo centro de estágio.
Luís Filipe Menezes já disse várias vezes em público que é ao Futebol Clube do Porto que cabem os encargos com o centro de estágios. Em Maio do ano passado, na assinatura de acordos com o Real Madrid e o Manchester United, o autarca do PSD reafirmou, citado pelo portal do município de Gaia, que “gostaria de deixar claro e de uma vez por todas que quem financia inteiramente este centro de estágio é o FC Porto”.
O centro de estágios do Olival tem cinco campos de futebol relvados (quatro com relva natural e um com relva sintética), uma bancada com capacidade para duas mil pessoas, um ginásio e um centro de imprensa.
A fundação obteve uma classificação de 26,1 (numa escala de 0 a 100) na avaliação que o Governo conduziu e que se integra no censo que analisou todas as fundações nacionais. Excluindo as fundações privadas – que não podem ser extintas – e as fundações ligadas a instituições de ensino superior – que não serão previsivelmente extintas, a PortoGaia é a 10ª fundação com pior nota. Recorde-se que são 67 as fundações que chumbam no teste do Governo, tal como o Negócios noticia esta sexta-feira.
A nota atribuída pelo Governo é um importante indicador das fundações que vão ou não ser mantidas. O Governo vai encerrar e reduzir o financiamento a 130 destas entidades. A classificação de cada uma será, pois, um importante critério a ter em conta, e a PortoGaia está numa das piores posições.
Além disso, esta é uma entidade muito dependente do financiamento público: 84,4% das suas receitas depende dos apoios públicos que recebe, e este será outro critério de sustentabilidade que o Governo vai ter em conta. Entre 2008 e 2010, a empresa recebeu 4,234 milhões de euros em apoios financeiros públicos.
A PortoGaia é uma entidade pública de direito privado, que, quando foi constituída, era detida maioritariamente pelo FC Porto, com uma quota de 51% (de acordo com os critérios do Governo, teria de ser uma fundação público-privada para o clube poder ter a maioria). A Câmara de Gaia, a Águas de Gaia e as freguesias de Crestuma e Olival, onde se localiza o Centro de Estágios, são outros dos sócios iniciais da entidade. Em 2010, o respectivo património, de 2,235 milhões de euros, mantinha-se exactamente igual ao que existia na criação da entidade, em 1999.
Um processo envolvido em polémica desde o início
O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, assegurou a construção do centro de estágios dos “dragões” numa altura em que os azuis-e-brancos procuravam construir um centro de treinos fixo nas redondezas do Porto. Candidataram-se Gaia, Maia e Santa Maria da Feira, mas a preferência de Pinto da Costa recaiu sobre a cidade da margem sul do Douro.
Notícias da época recordam que, só em terrenos, a Câmara de Gaia pagou 1,5 milhões de euros. A fundação PortoGaia foi constituída em Maio de 1999 e o centro de estágios inaugurado a 5 de Agosto de 2002, começando a ser utilizado pelos actuais campeões nacionais alguns dias depois, a 12 de Agosto.
Em 2004, uma reportagem da revista Visão citava um relatório da Inspecção-Geral de Finanças que, numa fiscalização à Câmara de Gaia, que concluía que a autarquia pagou a totalidade dos custos do centro de treinos: 16 milhões de euros. O FC Porto teria assegurado o direito de superfície dos terrenos por 50 anos e apenas paga uma renda mensal de 500 euros pelo centro de estágio.
Luís Filipe Menezes já disse várias vezes em público que é ao Futebol Clube do Porto que cabem os encargos com o centro de estágios. Em Maio do ano passado, na assinatura de acordos com o Real Madrid e o Manchester United, o autarca do PSD reafirmou, citado pelo portal do município de Gaia, que “gostaria de deixar claro e de uma vez por todas que quem financia inteiramente este centro de estágio é o FC Porto”.
O centro de estágios do Olival tem cinco campos de futebol relvados (quatro com relva natural e um com relva sintética), uma bancada com capacidade para duas mil pessoas, um ginásio e um centro de imprensa.
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